Mentorias

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Adolescência: novas visões de Mundo

Uma das coisas mais incríveis da adolescência, que provavelmente impacta em nossos processos evolutivos e civilizatórios, é a necessidade de explorar o mundo, de criar mundos novos, de novas visões e compreensões da vida e das coisas. “...Somos os filhos da revolução, somos burgueses sem religião, somos o futuro da nação...”.

Um impulso criativo para a humanidade sempre emergiu da necessidade de negação da visão de mundo dos nossos pais, dos que nos antecedem, a tradicional crise intergeracional, para dar espaço ao novo, que sabemos, nem tão novo assim: “ainda somos os mesmos, e vivemos, como nossos pais...”.

Uma hipótese evolutiva para explicar o fenômeno seria que os juvenis humanos primitivos seriam expulsos do bando pelos indivíduos adultos, fenômeno chamado dispersão, de ampla ocorrência nos seres vivos. Emocionalmente, a gente costuma negar aqueles que nos excluem e, ao negarmos as ideias e estilos, nasce a necessidade de criarmos novos modelos, afinal: “...você pode até dizer que eu estou por fora, ou então que eu estou inventando ...”.

Isso explica o impacto que a leitura e os conteúdos escolares podem oferecer como substrato para o advento dessas novas visões de mundo, com base em algo do anterior, pra poupar trabalho! Por isso também, o apego que muitos jovens têm em seus professores, em especial, de geografia, história, literatura, mas todos podem flutuar nessa roupagem revolucionária dos conteúdos e discursos.

Mapas do corpo na mente, ou, como “Eu não vou me adaptar”.

“Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia, eu não encho mais a casa de alegria, porque quando eu me toquei achei tão estranho, a minha barba estava deste tamanho...será que eu falei o que ninguém ouvia...” - ninguém me escuta nessa casa, “...será que eu escutei o que ninguém dizia, eu não vou me adaptar, me adaptar...”.

O trecho da música dos Titãs fala sobre a imagem que temos de nossos corpos no cérebro: “eu não caibo mais nas roupas que eu cabia”. O estirão do crescimento do corpo, próprio da adolescência, muda completamente o formato e as dimensões das partes do mesmo, necessitando um ajuste na mente. Enquanto isso, lá vamos nós, esbarrando em todos os objetos e pessoas da sala. Isso porque, a ideia que temos do corpo não acompanhou suas proporções.

Existem dois mapas corpóreos no cérebro, um relacionado aos movimentos e, outro, às sensações gerais, em uma configuração conforme sugere a imagem do post, com o Homunculus.

Ao longo de toda a vida, por qualquer alteração nas proporções do corpo, a gravidez, por exemplo, acarretará mudanças que demoram para se ajustar nos mapas do corpo no cérebro. Grávidas vivem esbarando o “ventre” por ai.

Três coisas nos ajudam a ajustar mais rapidamente essas topografias corporais: - atividades físicas em geral e, esportes em particular, espelhos para melhor ajuste da autoimagem e, “ouça no volume máximo”, frase inscrita em todos os discos da Banda Legião Urbana.

“Tédio com um ‘T’ bem grande para você”, ou, por que somos tão entediados na adolescência?

A música da banda Legião Urbana, citada no título do post, nos diz muito sobre como é a motivação na adolescência.

O Núcleo Accumbens, região no córtex frontal do cérebro, responsável pela ideia e sensação de prazer, pode apresentar diminuição de até 30% das sinapses e neurônios, durante a adolescência.

Isso significa que, a partir de agora, as atividades devem ser mais intensas para gerar o mesmo nível de satisfação; não basta pensar em fazer, tem que fazer, os chamados comportamentos consumatórios. “Tá consumado, tá consumido!”.

Agora, serão necessários esportes radicais, acelerar, sexo sem proteção, o apelo ao álcool e outras drogas: “...por isso, sofro demais, corro demais ... entrei na Rua Augusta a 120 por hora...quem é da nossa gangue não tem medo...só para na subida quando acaba a gasolina ... legal!...”

Riscos, Riscos, Riscos!

Muitas canções, de diferentes períodos, falam sobre esse momento tenso e divertido que é a adolescência.

Algumas peculiaridades dessa fase da vida foram responsáveis por grandes e belas transformações na história, mas isso, é tópico para mais posts sobre a adolescência.

Instrumentos aliados na educação de crianças e adolescentes com TDAH

Instrumentos como calendários, relógios e cronômetros são grandes aliados na organização de tarefas e aprendizagens, em especial na educação de crianças e adolescentes com sintomas de TDAH.

Lista de prioridades proporciona atenção e organização para pessoas com déficit atencional, mas também uma solução para aquela pessoa que costuma desistir ou procrastinar em suas metas e objetivos.

A projeção de tarefas no tempo, organização de prioridades e datas especiais, entrega de trabalhos e provas, são importantes para garantir o foco nas atividades e a execução com tranquilidade das mesmas. Diminui a ansiedade e oferece perspectiva e recompensa para o cérebro.

Utilizar calendários, relógios, planilhas e listas com eficácia e orientar as crianças e adolescentes na gestão do tempo e das tarefas é um ótimo começo para o sucesso pessoal, acadêmico e emocional.

O Espectro Autista

O termo espectro indica que para cada indivíduo existe uma combinação única das características que permeiam o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Tais características podem variar no que tange à dificuldade de comunicação, difícil integração sensorial, pouco ou nulo contato visual, hipersensibilidade auditiva, estereotipias, bem como, as comorbidades.

O que temos é um amplificado repertório de respostas emocionais e comportamentais, diversidade de alterações neurais e, portanto, diversidade de intervenções para os alunos e alunas nessa condição.

Incluir é oferecer múltiplas oportunidades de estimulo, respeito e afeto positivo, e isso serve à educação de toda e qualquer pessoa. Os objetivos principais devem focar na modulação, compensação e superação das dificuldades, proporcionar satisfação frente à vida e promover autonomia e autorrealização.